Sustentabilidade e futuro da gestão empresarial | T04:E15 Gestão
Ao longo da minha jornada como gestor, pude acompanhar de perto as transformações que moldaram os modelos de gestão nos últimos anos. Do controle rígido e vertical ao pensamento sistêmico e colaborativo, tudo evoluiu… mas a mudança mais profunda que presencio atualmente é a integração entre sustentabilidade, propósito e performance. O futuro da gestão não será apenas sobre eficiência operacional ou crescimento de receita, e sim sobre como equilibramos resultado com responsabilidade, inovação com ética, e metas com impacto real no mundo.
Esse episódio da série está diretamente conectado com temas que já tratei no livro “Marketing e comunicação digital: a internet otimizando negócios”, especialmente quando abordo a importância de estratégias que respeitam o ambiente digital, mas também o ambiente físico e social das organizações. A gestão do amanhã se apoia em pilares sólidos, e entre eles estão a ética, a transparência, o bem-estar das pessoas e o respeito à sociedade e ao meio ambiente. Mais do que nunca, ser líder de alta performance significa ser responsável por um legado.
Sustentabilidade como parte da estratégia e não como acessório
Em muitos momentos da minha carreira, principalmente liderando áreas de marketing e expansão, percebi que as empresas que se destacavam de forma consistente eram aquelas que não viam a sustentabilidade como um projeto paralelo, mas como parte central da sua estratégia. Foi o que vivi em uma multinacional da área de performance automotiva, por exemplo, quando integramos ações sociais aos pilares de comunicação e branding da marca, tornando a proposta de valor ainda mais sólida. Em outra frente, já aplicamos essa mentalidade pensando em frentes como eficiência energética, compliance e responsabilidade tributária.
Essa visão também esteve presente na minha formação, desde as bases da administração estratégica até os conteúdos mais recentes do MBA em Liderança de Alta Performance. Disciplinas como comportamento organizacional, pipeline de liderança, soft skills e desenvolvimento organizacional nos fazem perceber que um time que não entende o porquê da sustentabilidade tende a não se engajar com ela. E sem engajamento, não existe cultura de performance.
Quando falo em sustentabilidade estratégica, me refiro ao alinhamento da empresa com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, às políticas internas de bem-estar e inclusão, aos cuidados com fornecedores e cadeia produtiva. É pensar não só em lucro, mas no longo prazo. É deixar de lado ações que visam apenas agradar o mercado e, de fato, transformar o negócio em um agente de impacto positivo.
A cultura organizacional precisa estar preparada para o futuro
Na temporada passada, especialmente no episódio “T03:E07 – Marketing de conteúdo para crescimento”, eu já destacava o quanto a cultura precisa ser pensada de dentro para fora. A sustentabilidade, quando incorporada de verdade na essência da organização, não depende de campanhas externas nem de selos bonitos no rodapé do site. Ela se torna comportamento. E comportamento organizacional é construído com coerência entre discurso e prática, com políticas claras, com líderes que inspiram pelo exemplo.
Foi exatamente isso que busquei quando liderei equipes em contextos de mudança e de crescimento. Inclusive, quando atuei como presidente da CIPA, percebi o quanto a gestão de segurança e bem-estar dos colaboradores impacta diretamente em clima, produtividade e resultados. A sustentabilidade humana dentro das empresas também conta… e muito!
A cultura do crescimento não pode mais ser pensada apenas como metas de vendas ou números de expansão. Ela precisa considerar a capacidade da empresa se adaptar, inovar e prosperar sem comprometer o que vem depois. Eu não quero deixar para meus filhos uma organização que deu certo por 10 anos, mas sim uma que fez a diferença por 50.

Gestão orientada por dados e impactos de longo prazo
Com as ferramentas que temos hoje, é impossível falar em gestão sem considerar dados. E, mais do que isso, sem usar os dados para tomar decisões que não gerem apenas ganhos financeiros, mas também impacto positivo. Em meu MBA, aprofundei conteúdos como “data-driven e processo decisório” e percebo o quanto isso faz diferença no dia a dia das organizações. Medir os impactos socioambientais, acompanhar indicadores de ESG, avaliar riscos reputacionais… tudo isso precisa ser parte da rotina de quem quer estar preparado para o amanhã.
Na prática, isso significa sair do piloto automático. Já vi muitas empresas crescendo com base em processos repetitivos e até funcionais, mas que ignoravam externalidades. Não avaliavam o desperdício, não calculavam o impacto logístico, não questionavam a procedência de fornecedores. Quando a ficha cai, pode ser tarde demais. Por isso, trago sempre o olhar da inteligência competitiva, da gestão estratégica da informação, do controle de processos e do planejamento integrado. Tudo isso aprendi também na pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios e aplico com frequência em projetos de expansão e reestruturação.
A resiliência organizacional nasce da consistência. E a consistência só existe quando o que fazemos hoje sustenta o que queremos amanhã. Uma empresa que ignora a sustentabilidade pode até sobreviver no curto prazo, mas não resiste à pressão social, à legislação, às novas gerações e aos próprios desafios internos. Por isso, todo gestor precisa desenvolver essa lente estratégica.
O papel do líder é antecipar o futuro com responsabilidade
Falo muito sobre performance nesta série porque acredito que ela é o verdadeiro reflexo da maturidade de uma liderança. Mas também sei que o verdadeiro líder não busca performance a qualquer custo. Ele entende o custo real das decisões. Já no episódio “T04:E14 – Gestão de riscos e resiliência organizacional”, abordei o quanto antecipar cenários é essencial. Sustentabilidade também é isso… antecipar.
Liderar em direção a um futuro mais sustentável não exige fórmulas prontas. Exige posicionamento. Exige que o líder estude, se atualize, dialogue com especialistas, ouça sua equipe, questione fornecedores, reveja processos. Exige que ele esteja pronto para dizer não quando o caminho mais fácil comprometer os valores da organização.
Com minha experiência em marketing, pude entender o poder que a imagem e a reputação têm sobre o negócio. Mas foi estudando gestão, comércio exterior e liderança que compreendi o valor real da coerência entre o que a marca diz e o que ela faz. E hoje, como profissional e como pai, não posso ignorar o impacto das decisões que tomo.
Sempre defendi que marcas precisam ser relevantes e gerar valor real. Esse valor agora vai além do produto e da experiência… passa também pela pegada que deixam no mundo. E é isso que quero incentivar você a construir: uma liderança com visão de futuro, mas com os pés fincados na responsabilidade.
Sustentabilidade não é o fim. É o meio. É o caminho que torna possível uma performance duradoura, saudável e respeitada. E, nesse sentido, é o que vai separar os líderes que fizeram só gritaria dos líderes que fizeram história.
Precisa de ajuda com a sua estratégia? Me chama! =D
@FelipeAPereira
Administrador de Empresas
Marketing, Gestão Estratégica, Comércio Exterior e Liderança de Alta Performance
Dale Carnegie Leader | S&OP | Enneagram of Personality #01
Autor do livro “Marketing e Comunicação Digital: a internet otimizando negócios”
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